quarta-feira, 16 de maio de 2012

Paixão pela Matemática


Num post anterior, deixei a sugestão da ciência poder ser ensinada com recurso ao humor. Nesse texto, partilhei uma breve piada, e respectiva explicação, aludindo às definições das unidades do Sistema Internacional (S.I.) em Física.

Deparei-me recentemente com outro exemplo, desta vez dedicado à Matemática, essa disciplina que assusta muitos estudantes, mas que na realidade nada tem de complicada, "basta apenas" que se pratique muito.
Apresentando-se a seguinte equação, pedia-se que se resolvesse em ordem a x:


Qualquer aluno do secundário (já para não falar dos mais novos), pode resolver a seguinte equação e dedicá-la a quem considere importante. Então é assim:

[(b+ax) - (b-ate)] = a^2
mo

b+ax-b+ate = a^2.mo

a (x+te) = a (amo)

x+te = amo

x = amo-te


Parece-me uma boa maneira de expressar o que se sente quando não se sabe bem como. Quando tal acontecer, lembrem-se que a matemática é uma excelente ferramenta.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Festa da Ciência em Braga


Começa já na próxima sexta-feira, dia 11, a 2ª Edição da Festa da Ciência, organizada pela Escola de Ciências da Universidade do Minho, em Braga.




Ao longo dos oito dias de festa, o programa é prometedor e variado, passando por actividades de divulgação da Ciência com workshops, sessões hands-on, palestras, concursos e exposições.

Só para dar alguns exemplos de actividades práticas, vai ser possível fazer observações ao microscópio electrónico, observações solares, actividades experimentais de química (Nós e a Química), aprender a prepara cosméticos caseiros (Vamos fazer cremes, óleos e tinturas com plantas aromáticas e medicinais!), etc.

O principal público-alvo desta iniciativa são os alunos dos ensinos pré-escolar, básico e secundário.

O programa completo e as fichas de inscrição para as diferentes actividades, encontram-se aqui.
.

Dia Aberto no Instituto de Higiene e Medicina Tropical


No próximo dia 25 de Maio, o Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) em Lisboa organiza, pela primeira vez, um Dia Aberto.


O IHMT, antiga Escola Nacional de Medicina Tropical, é uma instituição centenária que faz parte da Universidade Nova de Lisboa e cujo objectivo é o estudo científico dos problemas de saúde relacionados com os ambientes tropicais

Neste dia especial, todos os visitantes, miúdos e graúdos, são convidados a conhecer melhor o trabalho que se desenvolve neste Instituto, que passa pelas valências do ensino, investigação e cooperação (principalmente com a Comunidade de Países de Língua Portuguesa).

Nesse sentido, a organização preparou actividades para todas as idades, que incluem filmes, exposições, visitas guiadas aos laboratórios, consultas de viajante, observação de espécimes vivos e conservados de insectos transmissores de doenças, extracção do ADN, conversas com cientistas, etc. É uma excelente oportunidade para, por exemplo, saber para que servem os anticorpos, perceber como é que se faz o diagnóstico e tratamento de doenças infecciosas, discutir com os cientistas os desafios que se colocam no século XXI para a erradicação de doenças...e muito mais.

Mais informações, na página do IHMT.

Uma iniciativa a não perder!

terça-feira, 1 de maio de 2012

Elefantes do passado


Texto publicado no jornal O Baluarte de Santa Maria no âmbito do projecto


Existem três espécies de elefantes no mundo: o elefante-da-savana (Loxodonta africana), o elefante-da-floresta (Loxodonta cyclotis) e o elefante-asiático (Elephas maximus). E como eram aquelas espécies que já desapareceram? Existem muitos fósseis que permitem conhecermos melhor o seu aspecto. Mas, seria o seu comportamento comparável ao dos elefantes actuais? Sabe-se que hoje os elefantes têm uma estrutura social complexa, com segregação sexual e centrada em grupos matriarcais. Há quanto tempo é que este comportamento existe?

O comportamento dos animais extintos é difícil de estudar porque, ao contrário dos seus ossos, carapaças ou concha, não fossiliza. No entanto, algumas pistas muito raras dão-nos, por vezes, a conhecer vislumbres dos hábitos dos animais extintos.


Reconstrução da manada de Mleisa 1, tendo como base a espécie Stegotretrabelodon como origem das pegadas (© Mauricio Antón)


Este é o caso de uma recente descoberta feita num local chamado Mleisa, nos Emirados Árabes Unidos, por uma equipa internacional liderada por Faysal Bibi, hoje a trabalhar na Universidade Humboldt em Berlim. Este paleontólogo e a sua equipa descobriram uma pista com muitas pegadas fossilizadas de Proboscídeos, a família a que pertencem os elefantes.

Porque é que esta descoberta é tão interessante? Porque o número e disposição das pegadas permite-nos inferir muito acerca do comportamento social dos animais que por aquele local passaram há entre 6 a 8 milhões de anos.
O primeiro facto que esta descoberta nos transmite é que as pegadas seriam dos antepassados dos actuais elefantes, que se estima terem divergido há cerca de 6 milhões de anos. Depois, com base no tamanho e espaçamento das pegadas dos pelo menos 13 indivíduos, foi possível estimar o tamanho dos animais, que resulta ser comparável ao dos elefantes africanos.

No que diz respeito ao comportamento, o facto das pistas serem paralelas, indica que os animais estavam a viajar lado a lado, em grupo e, portanto, já teriam alguma estruturação social. Há ainda uma outra pista, de um animal solitário, que se cruza com as demais. Este animal era maior, pelo que os autores especulam que poderia ser um macho. A confirmarem-se as suspeitas de que a manada era constituída por fêmeas (a distribuição de tamanhos sendo similar à das manadas actuais) e que o animal solitário era um macho, isto implica que os elefantes ancestrais já viviam de forma similar à das espécies atuais e, portanto, que o seu sistema social tem uma história bem longa.

Procuram-se, pois, novas pistas de elefantes para continuar a reconstrução da evolução do comportamento social!





Referências: