Se queremos que os nossos jovens tenham sucesso na vida, então cabe-nos incentivá-los a estudar.
Ser Pai é difícil e educar um filho não é fácil. Não existe um livro, ou um manual com uma fórmula definitiva sobre como educar um jovem. Mas uma coisa parece-me certa, se queremos o melhor para os nossos filhos devemos encaminhá-los para a educação e proporcionar-lhes, na medida do possível, uma formação cultural.
O Problema
Há uns sete anos, ia eu a meio da licenciatura, quando comecei a ouvir uma frase, que, infelizmente, é hoje um chavão, e dizia o seguinte: “Para que andam estes jovens a tirar cursos, se não têm nada a ganhar com isso? Hoje, o “canudo” já não é sinónimo de emprego”. Está claro que esta afirmação é falsa e muito prejudicial para o futuro do nosso país, em geral, e da futura geração, em particular.
A Análise
Os jovens têm muito a ganhar se completarem o ensino secundário e se ingressarem numa universidade, pois uma boa educação é sinónima de esperança num futuro melhor.
É verdade que somos bombardeados por estatísticas que referem um grande número de licenciados no desemprego, mas é preciso ver que se tratam de milhares num universo de milhões de licenciados, e que esse desemprego se restringe a determinados cursos (1). Portanto, onde quero chegar é que no geral aprender compensa.
Quanto à questão de uma licenciatura não garantir emprego por si mesma, essa situação não é de agora. É necessário realizar algum esforço, e de preferência logo enquanto alunos.
Possíveis Soluções
Ao longo do ano lectivo é possível a realização de workshops, cursos de formação, voluntariado, ou actividades num núcleo estudantil. São opções que enriquecem o currículo e servem de ferramentas de trabalho. Nesta vida tudo é incerto, e cada acção nossa aumenta a probabilidade de sucesso.
É muito importante ler. Leiam o que vos der mais prazer: literatura portuguesa ou estrangeira, livros clássicos ou contemporâneos, livros de divulgação científica ou de história das ciências, manuais teóricos ou práticos, o que quiserem, mas leiam. Leiam os avós, os pais e os filhos. Em alternativa à compra de livros, existe a possibilidade de consulta em bibliotecas públicas; em terras mais isoladas existem até as bibliotecas itinerantes.
Vão aos museus e a exposições: abram os vossos horizontes. Ao Domingo grande parte dos museus são gratuitos, informem-se.
A Notícia
Na capa do jornal i vem o seguinte título: “Sucesso = Escola; Ensine esta lição aos seus filhos. Quem estuda recebe melhores salários”. No interior do jornal encontramos dados que comprovam o que tenho vindo a dizer. Na Europa, em média, os patrões pagam duas vezes mais a quem tem qualificação superior do que a quem tem apenas o secundário. Esta diferença é maior nos países com poucos universitários, em que estes recebem quase quatro vezes mais que um não-licenciado, como é o caso português. Um licenciado irá sempre auferir um ordenado maior que um colega sem licenciatura, na mesma função e com mais experiência (2).
Passemos agora da realidade, para uma situação hipotética. Imagine-se um casal sem licenciatura, em que cada um ganhe cerca de 450€ mensais. Os dois juntos, no final do mês terão 900€ disponíveis para as despesas. Agora imaginemos um casal de licenciados em que cada um recebe cerca de 800€ mensais. No final do mês terão cerca 1600€ disponíveis. Fica para reflexão.
Conclusão
A educação e o incentivo para os estudos são uma mais-valia para qualquer cidadão. Como pais, como familiares, como amigos, deveríamos incentivar os jovens a procurarem uma vida melhor. Incutir-lhes valores como o brio profissional e a ambição, para que queiram ser ainda melhores. Somos livres, podemos escolher: nada fazer, ou agir.
Notas:
(1) – Cerca de 10% de pessoas com licenciatura entre os 25 e os 29 anos estão desempregadas.
(2) – Jornal i, Quarta-feira, 8 Setembro 2010, Ano 2, nº 418, pp. 14-17