Os guarda-fios no século XIX eram funcionários ligados ao Ministério das Obras Públicas e tinham como função instalar, reparar e fiscalizar as linhas do telégrafo. O guarda-fios "fazia rondas habituais a pé, num perímetro chamado cantão, onde verificava a deficiência dos traçados, que incluíam postes desaprumados, espias e linhas desreguladas e isoladores partidos. Com os anos, criaram-se três tipos de traçados - telegráfico, telefónico e de altas frequências -, obrigando o guarda-fios a trabalhos suplementares." Por causa do seu trabalho que, em geral, não podia conhecer a fadiga nem os rigores do clima, eram possíveis as comunicações até onde chegava essa nova tecnologia em Portugal. Presentes desde a introdução do telégrafo em 1855, a sua visibilidade concretizava-se especialmente na possibilidade quotidiana de enviar mensagens. Apesar de todas as profissões, mais ou menos, estarem documentadas em todas as épocas históricas, a verdade é que há um certo número de trabalhos invisíveis para uma boa parte da população. Os funcionários da recolha do lixo são outro exemplo. Todavia, estes como os guarda-fios, tornavam o País num local mais confortável para os seus compatriotas.
Referência: Tanto a imagem como a citação vêm de Rogério Santos, Olhos de Boneca - Uma História das Telecomunicações 1880-1952, Lisboa, Edições Colibri e Portugal Telecom, 1999, pp. 134-135.
1 comentário:
Texto muito interessante. Espero por um estudo mais detalhado sobre este tema num futuro próximo. JM
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