A francesa Esther Duflo e o indiano
Abhijit Banerjee, ambos economistas no Massachusetts Institute of Technology
(MIT), fundaram, em 2003, o Poverty Lab
- laboratório de estudos de combate à pobreza.
Os estudos realizados pelo Poverty Lab recorrem a um método de
pesquisa científico [1], num bom exemplo de transdisciplinaridade entre áreas
tão diferentes como a ciência e a economia.
Este método de pesquisa consiste em
separar duas amostras da mesma população aleatoriamente: uma dessas populações
é submetida a uma solução contra um problema específico, “como um método para
aumentar a taxa de vacinação entre crianças” [2], a outra população não recebe
nenhum tratamento – é o que em ciência se designa de população controlo. A
comparação dos resultados obtidos nas duas populações indica se o programa
social teve o efeito desejado. Assim, o programa social que tiver melhores
resultados pode ser reproduzido em larga escala, em comunidades que apresentem
características idênticas.
Este projecto mereceu a atenção e o
apoio financeiro de Bill Gates, famoso filantropo de causas sociais, e que
escreveu no seu blog: “O laboratório produz evidência científica que ajuda a
tornar o esforço de combate à pobreza mais eficiente” [4].
O resultado dos vários estudos foi
publicado no livro de divulgação “Poor Economics”, eleito pelo Financial Times a melhor obra de
economia do ano [5].
Esther Duflo defende que a pobreza
mundial pode ser combatida através de investimentos a fundo perdido de países
ricos, ideia aliás já defendida por outros economistas, como Jeffrey Sachs,
já mencionado neste blog.
Notas:
[1] – Referido no texto consultado como método randómico. Ignoro se será este um
termo técnico, mas creio que a designação deveria ser método aleatório.
[2] – Revista Exame, nº340, p.80[3] – Idem
[4] – Idem
[5] – Idem, pp. 78-80
Fonte: “A guru de
Bill Gates”, in Revista Exame, nº340,
Agosto 2012, pp. 78-80
Sem comentários:
Enviar um comentário