Partilho aqui a adaptação de um texto que foi publicado no jornal A Voz da Figueira, no âmbito do projeto "Ciência na Imprensa Regional".
SINGELA BELEZA
A imagem que aqui vêm foi por mim captada numa mal
tratada duna da praia de Vila Chã (Vila do Conde, Norte de Portugal). Passa
despercebida à maioria dos visitantes, mas é possível encontrar
esta pequena planta com estas belíssimas flores nas dunas do NW da
nossa Península Ibérica.
O
seu nome oficial é Linaria polygalifolia Hoffmanns. & Link subsp. polygalifolia (Linaria caesia var. decumbens Lange). Estranho, não? Este é o nome
científico desta espécie, que ajuda a que saibamos exatamente de
que espécie estamos a falar já que, veja só, em "linguagem
comum" ela é chamada de: linária-das-dunas, linária-da-praia,
asarina-da-praia, passarinho-amarelo ou passarinho-da-praia. Devido à
grande diversidade de nomes atribuídos ao mesmo ser vivo em diferentes locais e idiomas ou na mesma localidade (e à
repetição de nomes para seres vivos diferentes), para que nos
entendamos todos, no século XVIII, o naturalista Lineu propôs o
sistema de nomenclatura binominal (dois nomes e em latim) que, desde
essa época, foi adotado pela comunidade científica (diante dos dois
nomes deve ir o nome dos autores que descreveram a espécie, tal como podem ver neste exemplo). Este
sistema permite que um cientista português possa comunicar com um
cientista chinês e que, pelo menos, saibam de que espécie estão a
falar.
Mas, voltando à planta de bela flor, ela é então típica de areais costeiros. É uma planta pequenina, a flor tem cerca de dois centímetros e um característico esporão que está possivelmente relacionado com os insetos polinizadores (ao terem que penetrar na flor para recolher o néctar são assim "obrigados" a recolher o seu pólen e vão inadvertidamente fertilizar outras plantas).
Sendo uma planta de dunas, onde há escassez de água, tem algumas características que lhe permitem habitar nesse ambiente inóspito, como uma cutícula grossa e raízes profundas.
Mas, voltando à planta de bela flor, ela é então típica de areais costeiros. É uma planta pequenina, a flor tem cerca de dois centímetros e um característico esporão que está possivelmente relacionado com os insetos polinizadores (ao terem que penetrar na flor para recolher o néctar são assim "obrigados" a recolher o seu pólen e vão inadvertidamente fertilizar outras plantas).
Sendo uma planta de dunas, onde há escassez de água, tem algumas características que lhe permitem habitar nesse ambiente inóspito, como uma cutícula grossa e raízes profundas.
A foto acima apresentada faz parte do Banco de Imagens da Casa das Ciências. Acerca deste projeto, podem ler mais neste outro post.
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