Jules Verne (1828-1905), ou Júlio Verne em português, foi um escritor francês considerado por críticos como o precursor do género de ficção científica. De facto, conseguiu prever nos seus livros avanços científicos como o submarino ou viagens à lua.
Quando se fala nas obras de Jules Verne, há sempre umas quantas que nos vêm à memória: Viagem ao Centro da Terra, Volta ao Mundo em 80 dias, Vinte Mil Léguas Submarinas, Da Terra à Lua ou A Ilha Misteriosa. No entanto, muitas outras são as obras escritas por Jules Verne e que apesar de tão boas ou melhores que as anteriores, nem por isso são tão divulgadas. Tenciono, pois, falar de algumas destas obras, e hoje debruçar-me-ei sobre o livro intitulado Clovis Dardentor.
Neste livro ficamos a conhecer as personagens Marçal e João que embarcam numa viagem de barco (o Argèlès) para Oran, Argélia, com o intuito de se alistarem no 5º Regimento. É durante a viagem que travam conhecimento com as outras personagens como a desagradável família Desirandelle, o imensamente misterioso Eustáquio Oriental e Clovis Dardentor, personagem em torno da qual se desenvolve o enredo.
Sendo Dardentor um abastado industrial sem herdeiros, Marçal e João tentam colocar em acção um elaborado plano para conquistarem algum do dinheiro ao recente amigo. O plano engendrado consiste em salvar Dardentor de um perigo de vida real, e se tal acontecer, diz a lei que Dardentor terá de adoptar os seus salvadores. Mas tal como acontece no mundo real a vida é irónica, dá muitas voltas e nem tudo se desenvolve como planeado. O mesmo acontece neste magnífico enredo que tenta equilibrar as derrotas e as quase-vitórias de Marçal e João.
Qualquer tentativa de desvendar o final à medida que se vai lendo o livro é inglória, pois o final é surpreendente e ficamos a conhecer a verdade sobre quem é na verdade o Eustáquio Oriental.
Esta magna obra é constituída de aventura, acção, romance e humor. Sem dúvida, um dos melhores livros que li até hoje.
“Marçal Lornans e João Taconnat eram primos co-irmãos por parte de suas mães, que eram irmãs. Parisienses de nascimento, órfãos de pai desde muito pequenos, tinham sido educados com grandes dificuldades de dinheiro. [...] Muito unidos, como se fossem dois irmãos, tinham um pelo outro a mais profunda afeição, uma amizade que coisa nenhuma seria capaz de quebrar, embora entre os dois existisse uma extraordinária divergência de caracteres.” (1)
(1) Verne, Jules; Clovis Dardentor, Colecção Júlio Verne, Livraria Bertrand, Lisboa, 1979 (p. 26).
1 comentário:
Belo comentário de uma obra que infelizmente já não se encontra à venda em Portugal. Apenas encontramo-la nos Alfarrabistas.
Deixo o meu blog dedicado a este mestre da literatura mundial, J. Verne:
www.jvernept.blogspot.com
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