quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Congresso Psicologia Positiva

Divulga-se, junto de todos os interessados, que irá decorrer, nos dias 29 e 30 de Setembro, o 1º Congresso Português Internacional de Psicologia Positiva, a decorrer no Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa.


Nota: Este congresso realiza-se com o apoio da Comissão de Comemorações dos 100 anos da República Portuguesa.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Noite dos Investigadores 2010

A Noite dos Investigadores é um evento promovido pela Comissão Europeia com o objectivo de aproximar os Investigadores dos cidadãos. Centenas de cidades, de 32 países europeus irão desenvolver, em simultâneo, acções de divulgação científica, nesta sexta-feira, dia 24 de Setembro. Portugal conta com quatro cidades para este evento: Lisboa, Coimbra, Olhão e Porto.

Como noticia o site da Associação Viver a Ciência, o que se pretende com as várias iniciativas que se irão desenrolar, é “estimular a reflexão, a discussão e o debate público sobre o quotidiano dos investigadores, o poder e as limitações do trabalho que desenvolvem, os sucessos e as frustrações, as decisões que têm de assumir e o impacto da ciência na sociedade.”

Consultar o programa no site: Cientistas ao Palco

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A Sociedade Medieval Portuguesa

Foi reeditada este mês pela Esfera dos Livros A Sociedade Medieval Portuguesa - aspectos de vida quotidiana, do falecido Professor A. H. de Oliveira Marques. Publicado pela primeira vez em 1964, este livro, que aborda vários temas da vida dos nossos antepassados da Idade Média, teve várias reedições, mas encontrava-se actualmente esgotado. O Prof. Oliveira Marques, competente pioneiro nos assuntos de História Medieval e da I República, analisa aqui a alimentação, o vestuário, as relações de trabalho, os passatempos, a saúde e outros temas, servindo-se quer de fontes primárias (sem descurar o que a literatura e a gravura podem revelar), quer de outros excelentes autores que, antes dele, trabalharam sobre os mesmos assuntos, como Henrique da Gama Barros (História da Administração Pública em Portugal nos Séculos XII a XV, 1885-1922) e António de Sousa Silva Costa Lobo (História da Sociedade em Portugal no Século XV, 1903), por exemplo. A reedição desta obra é tanto mais importante quanto é um facto que faltam outras acessíveis e manipuláveis sobre aspectos da vida quotidiana portuguesa. Entre o que há, podem citar-se um pouco ao acaso e sem esgotar os títulos, as de Nuno Luís Madureira (Lisboa. Luxo e Distinção. 1750-1830, 1990, p. ex.), de José Leite de Vasconcellos, do ponto de vista etnográfico (Etnografia Portuguesa, p. ex.) e os capítulos que sobre isso falam nas Nova História de Portugal e Nova História da Expansão Portuguesa (esta para o nosso antigo Ultramar). Já sem considerar o que nos diz a mera observação da vida, estas incursões científicas vêm provar que não há anedotas da História, nem histórias da História. Qualquer facto pode ser inserido num capítulo da História. Por muito pitoresco que pareça, pode e deve ter um tratamento científico, pois traz uma marca do passado. O que faz falta ir dizendo é que é necessária a submissão de todos os acontecimentos ao estudo científico: a sua crítica e a sua inclusão no sistema organizativo dos temas em História.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Escola: Sucesso para os nossos filhos

Se queremos que os nossos jovens tenham sucesso na vida, então cabe-nos incentivá-los a estudar.
Ser Pai é difícil e educar um filho não é fácil. Não existe um livro, ou um manual com uma fórmula definitiva sobre como educar um jovem. Mas uma coisa parece-me certa, se queremos o melhor para os nossos filhos devemos encaminhá-los para a educação e proporcionar-lhes, na medida do possível, uma formação cultural.
O Problema
Há uns sete anos, ia eu a meio da licenciatura, quando comecei a ouvir uma frase, que, infelizmente, é hoje um chavão, e dizia o seguinte: “Para que andam estes jovens a tirar cursos, se não têm nada a ganhar com isso? Hoje, o “canudo” já não é sinónimo de emprego”. Está claro que esta afirmação é falsa e muito prejudicial para o futuro do nosso país, em geral, e da futura geração, em particular.
A Análise
Os jovens têm muito a ganhar se completarem o ensino secundário e se ingressarem numa universidade, pois uma boa educação é sinónima de esperança num futuro melhor.
É verdade que somos bombardeados por estatísticas que referem um grande número de licenciados no desemprego, mas é preciso ver que se tratam de milhares num universo de milhões de licenciados, e que esse desemprego se restringe a determinados cursos (1). Portanto, onde quero chegar é que no geral aprender compensa.
Quanto à questão de uma licenciatura não garantir emprego por si mesma, essa situação não é de agora. É necessário realizar algum esforço, e de preferência logo enquanto alunos.
Possíveis Soluções
Ao longo do ano lectivo é possível a realização de workshops, cursos de formação, voluntariado, ou actividades num núcleo estudantil. São opções que enriquecem o currículo e servem de ferramentas de trabalho. Nesta vida tudo é incerto, e cada acção nossa aumenta a probabilidade de sucesso.
É muito importante ler. Leiam o que vos der mais prazer: literatura portuguesa ou estrangeira, livros clássicos ou contemporâneos, livros de divulgação científica ou de história das ciências, manuais teóricos ou práticos, o que quiserem, mas leiam. Leiam os avós, os pais e os filhos. Em alternativa à compra de livros, existe a possibilidade de consulta em bibliotecas públicas; em terras mais isoladas existem até as bibliotecas itinerantes.
Vão aos museus e a exposições: abram os vossos horizontes. Ao Domingo grande parte dos museus são gratuitos, informem-se.
A Notícia
Na capa do jornal i vem o seguinte título: “Sucesso = Escola; Ensine esta lição aos seus filhos. Quem estuda recebe melhores salários”. No interior do jornal encontramos dados que comprovam o que tenho vindo a dizer. Na Europa, em média, os patrões pagam duas vezes mais a quem tem qualificação superior do que a quem tem apenas o secundário. Esta diferença é maior nos países com poucos universitários, em que estes recebem quase quatro vezes mais que um não-licenciado, como é o caso português. Um licenciado irá sempre auferir um ordenado maior que um colega sem licenciatura, na mesma função e com mais experiência (2).
Passemos agora da realidade, para uma situação hipotética. Imagine-se um casal sem licenciatura, em que cada um ganhe cerca de 450€ mensais. Os dois juntos, no final do mês terão 900€ disponíveis para as despesas. Agora imaginemos um casal de licenciados em que cada um recebe cerca de 800€ mensais. No final do mês terão cerca 1600€ disponíveis. Fica para reflexão.
Conclusão
A educação e o incentivo para os estudos são uma mais-valia para qualquer cidadão. Como pais, como familiares, como amigos, deveríamos incentivar os jovens a procurarem uma vida melhor. Incutir-lhes valores como o brio profissional e a ambição, para que queiram ser ainda melhores. Somos livres, podemos escolher: nada fazer, ou agir.

Notas:
(1) – Cerca de 10% de pessoas com licenciatura entre os 25 e os 29 anos estão desempregadas.
(2) – Jornal i, Quarta-feira, 8 Setembro 2010, Ano 2, nº 418, pp. 14-17

Fanatismo Religioso

O pastor norte-americano, Terry Jones, de uma pequena igreja evangélica, Dove World Outreach Centre de Gainesville, Florida, decidiu assinalar o 9º aniversário do atentado às Torres Gémeas queimando cópias do Corão, livro sagrado dos muçulmanos. Afirma que pretende “enviar uma mensagem clara aos radicais de que não seremos controlados nem dominados pelos medos nem pelas ameaças”, segundo noticia o jornal i (1). – Agora pergunto eu, quem é que está a ser radical?

Os líderes de várias religiões já se manifestaram. O Vaticano, preocupado, já condenou esta iniciativa afirmando que todas as religiões merecem ser respeitadas (2). O líder religioso da comunidade islâmica em Portugal considera esta atitude um desrespeito pela religião, mas acredita que "no mundo os muçulmanos irão reagir pacificamente e com prudência, fazendo orações a deus para que não haja distúrbios nem complicações nas relações entre países islâmicos e o ocidente", citado pelo jornal Diário de Notícias (3).

O governo norte-americano também já se manifestou, argumentando que se a vontade do pastor persistir, o exército americano no mundo árabe pode correr perigo.

Deixo aqui algo para pensarmos: Uma pessoa é cristã porque foi educada numa cultura cristã. Se essa mesma pessoa tivesse nascido e crescido numa cultura árabe, provavelmente seria muçulmana. Não existe nenhuma religião que seja a correcta. Ainda para mais, tendo em conta que as três religiões ocidentais (Judaísmo, Cristianismo e Islão) têm a mesma origem na cultura Semita (como já referido neste blog). Este fanatismo religioso (seja muçulmano ou cristão) resulta da ignorância das pessoas. Por isso a educação é de extrema importância. Para quando um mundo tolerante? Para quando um respeito sério pela Declaração Universal dos Direitos Humanos?

Termino com uma frase do poeta alemão Heinrich Heine (1797-1856): “Aqueles que queimam livros, acabam por queimar homens”.

(1) - Jornal i, Quarta-feira, 8 Setembro 2010, Ano 2, nº 418, p. 12
(2) - Correio da Manhã, Quinta-feira, 9 Setembro 2010 – versão on-line consultada http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/ultima-hora/vaticano-contra-queima-do-corao  
(3) – Diário de Notícias, versão on-line http://dn.sapo.pt/Inicio/interior.aspx?content_id=1658900 consultado no dia 9-9-2010.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Canções com História

A Música também tem História.

Já temos falado neste blog da história enquanto disciplina própria, mas também de outras suas vertentes, como a história regional ou a história das ciências. No entanto, pouco ou nada abordámos da história da música. Vou então dar um primeiro passo e desbravar caminho. Acompanhem-me.

Não sendo um especialista no tema, não vou discorrer sobre a história desta arte, mas antes divulgar alguns trabalhos recentes na área. Começo por referir a “Antologia da Música Europeia – dos trovadores a Beethoven” (década de 1970), da Sassetti, representando apenas a música ocidental europeia, e tendo início na Idade Média e Renascimento (Volume I) até ao século XIX (último volume). Esta antologia, para além dos livros, possui também uma colecção de discos em vinil.

Nas duas décadas que se seguiram, com maior ênfase na década de 1990, habituámo-nos a ver na televisão os programas do Vitorino de Almeida (n. 1940), compositor, maestro e escritor português. Esta programação de índole cultural pretendia dar a conhecer à população boa música, principalmente a designada música erudita (tem este nome em contraste com a música popular). No seguimento desta vontade de contribuir para a educação musical dos portugueses, informa, numa entrevista ao jornal “Público” (2009), que pretende leccionar um curso de História da Música para a população em geral (1).

Actualmente, na Antena3, rádio estatal, é possível ouvir a rubrica “Canções com história”, em que os apresentadores explicam o contexto em que certas músicas foram criadas, ou o evoluir da musicalidade de um determinado grupo, os percursos de algumas bandas, etc. Como é habitual em quem investiga história, de quando em quando depara-se com alguns acontecimentos que, de tão caricatos, tornam-se hilariantes. Hoje (dia 8 de Setembro), a rubrica falou de uma música da banda “Marcy Playground”. Segundo o relato do apresentador do programa, um dos músicos da banda encontrava-se a namorar com a sua companheira no quarto do campus universitário, quando foram apanhados pela colega de quarto da namorada, que ao entrar terá proferido: “smells like sex and candy”, qualquer coisa como “cheira a sexo e rebuçado”. Esta expressão ficou gravada na mente do músico e foi sendo trabalhada ao longo dos anos, até que, em 1998, editou a música intitulada “Sex and candy”, que voltou a ser tocada nas rádios (2).

Fontes: