domingo, 9 de novembro de 2008

Manifestação Professores

Hoje, no dia 8 de Novembro do ano de 2008, vivemos mais um momento histórico em Portugal. Este foi o dia em que mais de cem mil professores voltaram a manifestar-se na capital portuguesa. Passados oito meses da anterior manifestação (8-3-2008), os docentes sentiram a necessidade de se fazerem ouvir, uma vez mais. E mais uma vez, ministra da educação e governo parecem não entender estes ecos de descontentamento da classe docente. Mais uma vez, para a ministra, os professores estão a ser manipulados pelos sindicatos, mais uma vez os professores não têm razão (cerca de 120.000 professores, mais de 2/3 dos professores nacionais), mais uma vez os professores são os maus profissionais que não querem avaliação.


Eu não sou professor, mas tenho familiares e amigos que o são. Por essa razão estou dentro do assunto, sinto o seu descontentamento, e, por essa razão, sinto-me apto para opinar. Para que se saiba, os professores querem ser avaliados, não o querem é desta maneira, não com tanta burocracia desnecessária. Ainda há pouco, numa entrevista no canal da sic notícias a Dra. Maria de Lurdes, afirmou que o processo de avaliação consiste na análise das aulas dadas pelos professores assim como através de umas folhas que "demoram cerca de duas horas, no máximo, a serem preenchidas, no total do ano lectivo", nas palavras da ministra. Sim, isso mesmo, a senhora ministra não percebe onde está a burocracia de que os professores falam, pois estes só têm de dispensar "2 horas de um ano lectivo" a preencher papéis, nem percebe a que se referem quando falam das dezenas de portfólios que têm de preencher.

A verdade é que há professores, como os meus familiares, que saem de casa perto das 7horas da manhã e tornam a casa cerca das 20 horas. Ficam no local de trabalho mais horas que o devido e sem receberem mais por isso. E o que ficam lá a fazer? A preencher a "papelada" e a terem reuniões seguidas de reuniões, algumas delas sobrepostas.
Seria benéfico para todos os intervenientes que houvesse entendimento com a mais breve celeridade, que voltem a dialogar.


Nota: Este texto reflecte uma opinião pessoal. Deixo também um abraço solidário a todos os docentes do nosso país, a quem todos devemos muito.

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