quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Ouriços-do-mar contra a poluição



Na ciência, a investigação pode dividir-se, grosso modo, em pura e aplicada. A investigação pura, em que se investiga para saber mais sobre certos processos e sem uma aplicação imediata em mente, é por vezes criticada por não se verem resultados palpáveis imediatos (esta crítica é facilmente refutada). No caso da zoologia ou da etologia, p. ex., alguns investigadores são questionados sobre o objectivo de estudar determinado animal, sobre que benefícios isso traz à sociedade. 

É uma questão frequente, e pertinente para quem não domina o procedimento da ciência. Por exemplo, para quê realizar investigação pura com ouriços-do-mar? Na área em que me especializei, biologia do desenvolvimento, são várias as aplicações dos estudos com estes animais, como seja na genética ou na fertilização. 

Recentemente, o jornal Diário de Notícias deu a conhecer mais um resultado dos estudos com estes animais invertebrados. Investigadores britânicos perceberam que o níquel é essencial na produção da carapaça dos ouriços-do-mar com recurso ao CO2 marinho. Novamente no laboratório, cientistas da área da física constataram que na presença de "um catalisador de níquel, o CO2 é convertido em carbonato de cálcio (...), um mineral inócuo presente na crosta terrestre". Isto permitirá criar um método de captura do CO2 das fábricas, convertendo-o em carbonato de cálcio, contribuindo no final para a diminuição de CO2 na atmosfera. A notícia pode ser consultada aqui.

Na foto: Ouriço-do-mar. Autoria de Pete/scavenger, retirado daqui.


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