sábado, 7 de fevereiro de 2009

Policiais II - Edgar Allan Poe


A Guimarães editores, para além da publicação dos famosos livros de ensaios e filosofia, tem também publicado traduções de novelas de reconhecidos autores como E. A. Poe, Franz Kafka ou Hermann Hesse. Hoje debruçar-me-ei sobre a obra Contos Policiais, de Edgar Allan Poe[1].
Este livro é constitído por quatro novelas. Na primeira, initulada Os crimes da Rue Morgue, o narrador conta como o seu amigo e personagem principal, o detective C. Auguste Dupin, deslinda o macabro crime do assassínio da Sra. L’Espanaye e da sua filha. Através de relatos de testemunhas e de uma curta visita ao local do acontecimento em demanda de pistas, Dupin, recorrendo ao uso da razão e do seu característico poder de análise, desvenda quem foi o surpreendente culpado de tal barbárie.
Em A carta roubada, Dupin recebe a visita do prefeito da polícia que, desesperado, pede-lhe ajuda para descobrir o paradeiro de uma carta desaparecida. Neste caso, o culpado é conhecido tanto da vítima como da polícia, mas a carta trata importantes assuntos que podem ser usados como chantagem política. Após várias incessantes buscas, a polícia tem a certeza que a carta está em casa do ladrão, mas não é capaz de a encontrar, nem mesmo nos mais recônditos compartimentos do lar. Cabe então ao detective Dupin solucionar este caso.
Segue-se O Mistério de Marie Rogêt, estória esta, que é baseada num acontecimento real que aconteceu na América do Norte, embora aqui retratada com diferentes personagens e noutros locais. O prefeito da polícia recorre, uma vez mais, ao detective Dupin para o ajudar a desvendar mais um misterioso caso. Uma jovem rapariga que já havia desaparecido no passado (mas entretanto regressara a casa) tornara a desaparecer, e após ter sido encontrado um corpo a boiar no rio Sena com roupas idênticas às da jovem, começa-se a pensar se não será ela. Dupin tem de descobrir se é ou não ela; caso seja tem de descobrir qual a causa da morte, assassínio ou suicídio; e se foi assassínio, terá havido apenas um, ou vários responsáveis. Todas estas eram questões que estavam a dar que fazer à polícia, e para as quais as investigações apontavam em diferentes sentidos.
O último conto intitula-se És tu o homem!. Este é o mais breve dos contos, onde se relata como foi descoberto o verdadeiro assassino de Mr. Barnabas Shuttleworthy, e quais terão sido as suas motivações. Com recurso a um engenhoso plano que surpreende o verdadeiro assassino, este voluntariamente acaba por confessar o seu crime.

Edgar Allan Poe (1809 – 1849), foi um poeta, escritor, editor e crítico literário norte-americano, sendo considerado parte do movimento do Romantismo americano. Nasceu em Boston, Massachusetts. Tendo perdido os pais em tenra idade, foi acolhido, apesar de não formalmente adoptado, por John e Frances Allan. Após ter frequentado por pouco tempo a Universidade de Virginia, e servido por um breve período na carreira militar, Poe distanciou-se dos Allans. Em 1835, casa-se com a sua prima de 13 anos, Virginia Clemm. Conhecido pelos seus contos de mistério e do macabro, foi também impulsionador do género de ficção científica, e considerado o inventor do género de contos de detectives[2]. De facto, na contracapa do livro Contos Policiais de Edgar Allan Poe pode ler-se o seguinte: “nestas novelas assiste-se à invenção do primeiro detective, Dupin, que mais tarde serviu de modelo aos grandes mestres para a criação de personagens tão célebres como Sherlock Holmes ou mesmo Poirot”. Poe e as suas obras influenciaram a literatura nos Estados Unidos e um pouco por todo o Mundo.

[1] Edgar Allan Poe, Contos Policiais, Guimarães Editores Lda, Lisboa, 2003
[2] Informação retirada de: http://en.wikipedia.org/wiki/Edgar_Allan_Poe, site no qual podem encontrar-se mais informações sobre este autor.

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