sexta-feira, 1 de maio de 2009

Sobre como poupar

Mediante a situação económica actual que vivemos, é importante parar para reflectir e interrogarmo-nos sobre o que nos rodeia. Perante a crise (para alguns) devemos perguntar: “O que é que eu, enquanto indivíduo, posso fazer”? A resposta de Camilo Lourenço para a população em geral, e para os que se encontram em dificuldades financeiras em particular, é POUPAR.
Até à década de 90, Portugal era dos países da OCDE
[1] que mais poupava, tendo sido nessa altura que se deu uma inversão de paradigma.
A tese defendida por Camilo Lourenço, no primeiro capítulo, é a de que é necessário voltar a poupar, e que para isso é preciso desenvolver uma cultura de poupança
[2] e uma cultura financeira. Para isto, diz o autor, é necessário admitir que se pode poupar e fazer contas. Como refere, os analistas esforçam-se por divulgar esta necessidade de poupança, junto dos mais variados meios de comunicação, de modo a alertar as pessoas para que estas se consciencializem de que têm de fazer as contas relativas à sua economia familiar para, que se ficarem em dificuldades financeiras, não esperarem por auxílio do Estado. “É que os primeiros e últimos responsáveis pelo nosso Destino somos nós; não o Estado.”[3]
O autor dá algumas dicas: Comece por poupar (por vezes é necessário cortar em algumas despesas para conseguir colocar algum dinheiro de lado. Cortar no número de cafés diários, no tabaco, levar refeições de casa em vez de ir ao restaurante, etc); de seguida, coloque diariamente os euros poupados num mealheiro; pratique a cultura financeira registando tudo; prevendo as receitas e despesas, garanta que sobra dinheiro para poupar e parte dessa poupança deve ser canalizada para aplicações financeiras (depósitos a prazo, fundos de investimento, acções, etc.).
Mas não são só os adultos que devem poupar. Para vermos alterações significativas no futuro, no que toca à poupança, temos de envolver os mais jovens. De facto, é este o tema abordado no segundo capítulo.
Os capítulos seguintes continuam com informação interessante e importante sobre onde poupar, a saber: crédito ao consumo, alimentação e bebidas, despesas com as crianças, habitação, transportes, energia e telecomunicações. Dedica ainda um capítulo a explicar a análise das taxas de juro.
Conclui observando que a maioria destes conselhos é conhecido de quem anda pela casa dos cinquenta, e que é necessário reeducar a população portuguesa para uma cultura de poupança, algo que é possível de se realizar atendendo a muitos das sugestões encontradas neste livro.


Bibliografia:

Camilo Lourenço, “Como esticar o salário e encurtar o mês” – 2ª edição, Livros d’Hoje, Publicações Dom Quixote, Alfragide, 2009

[1] Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.
[2] CL refere que quando se fala em “poupança” as pessoas afirmam que é impossível poupar nos dias de hoje. CL propõe-se, através deste livro, demonstrar que isso não é verdade, recorrendo a vários exemplos.
[3] Camilo Lourenço (2009), p.21

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