sexta-feira, 10 de junho de 2011

A Falta de Tempo na Sociedade


No livro “O Vendedor de Tempo”, o autor, Fernando Trías de Bes, conta a estória de como a personagem principal, de nome TC (Tipo Comum), criou o negócio perfeito vendendo o produto que todas as pessoas necessitam e mais desejam: Tempo. O objectivo deste negócio era facturar o suficiente para posteriormente investir no seu maior sonho, estudar as formigas-de-cabeça-vermelha.

TC era um homem adulto (cerca de 40 anos), casado, com dois filhos, com um trabalho pouco entusiasmante, uma hipoteca da casa que demoraria ainda mais 35 anos a ser paga e sem tempo livre (ou seja, um tipo comum, fazendo justiça ao nome). O livro relata as peripécias que TC vive para que aceitem a sua ideia de vender frascos com 5 minutos de tempo, e para patentear a invenção. Após muito custo, consegue obter o que pretendia e inicia o seu negócio que se torna rapidamente num sucesso, contra todas as expectativas. As pessoas aderem facilmente à ideia porque, de facto, possuem falta de tempo, e as empresas até aceitam bem a utilização do produto no local de trabalho pois isso leva à felicidade dos funcionários, a um maior bem-estar, e, consequentemente, a um menor número de faltas por doença e a um maior aumento de produtividade. Os problemas surgem quando TC decide vender cubos com 1 semana de tempo, o que leva a problemas extremamente graves para a economia do país. Posto isto, perguntas como “o que acontecerá se vender ainda mais tempo?” e “quais as possíveis soluções para os problemas que vão surgindo?” são tratadas ao longo da obra.

Este livro, mais do que um texto sobre a relação entre a Gestão e o Tempo, é um ensaio sociológico sobre a importância do Tempo, de como este deve ser valorizado pela sociedade, assim como também explica como funciona a relação entre indivíduos, sociedade, empresas e economia. Trata-se de um livro que, com um inteligente sentido de humor, aborda uma temática séria embora pouco debatida na sociedade.
Bibliografia:
Fernando Trías de Bes, “O Vendedor de Tempo – Uma sátira ao sistema económico”, Pergaminho, Cascais, 2005

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