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Estes conceitos (ou preconceitos?) estão errados, como passo a explicar: 1) A evolução não se processa de um modo linear nem progressivo, mas de um modo ramificado, devido a variações aleatórias sujeitas à acção da selecção natural; 2) O Homem não evoluiu nem do macaco nem do chimpazé actual, o que acontece é que o Homem tem um ancestral comum com o chimpazé actual há cerca de 7 Milhões de anos atrás, período aproximado em que iniciou-se a divergência das espécies; 3) Os hominídeos não se extinguiram para dar lugar aos seguintes, na realidade, alguns deles coexistiram ao mesmo tempo e até no mesmo lugar (exemplo do Homo sapiens que quando chegou à Europa encontrou o Homo neandertalensis). Em baixo vê-se uma secção da evolução humana em forma de árvore, tal como se encontra actualmente em exibição na exposição “A evolução de Darwin”, na Fundação Calouste Gulbenkian.
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Pode ver-se a evolução a ocorrer?
Sim, de facto pode-se. Para exemplificar, recorro ao exemplo das borboletas britânicas, conforme estudado por Haldane e ilustrado nos manuais escolares. Inicialmente uma espécie de borboletas apresentava duas características: umas tinham asas claras e outras asas escuras. As borboletas pousavam frequentemente nos troncos claros das árvores, cobertos de líquenes. As de asas claras estavam favorecidas, pois ficavam como que camufladas no fundo claro. De modo contrário, as de asas escuras ficavam mais expostas, servindo de alimento a aves que se alimentavam destes insectos e, portanto, existiam em menor número.
Quando se deu a revolução industrial, construíram-se fábricas que ao libertar fumos mataram os líquenes e escureceram os troncos das árvores, levando a que as borboletas de asas escuras passassem a estar favorecidas, logo viviam mais tempo, podendo deixar mais descendência com as mesmas características vantajosas, enquanto que as de asas claras passaram a estar mais expostas e tornaram-se elas alimento para os predadores. Com o passar do tempo, após várias gerações, aumentou o número de borboletas de asas escuras e diminuiu o número de borboletas de asas claras.
Com as novas regras para combater a poluição, as fábricas poluem menos e os líquenes voltam a desenvolver-se. Actualmente as brancas voltaram a ficar favorecidas, verificando-se novamente um aumento do seu número. Isto é a evolução a ocorrer.
Outro exemplo: A resistência de bactérias a antibióticos.
Quando somos infectados por bactérias o médico informa-nos que devemos tomar determinado antibiótico do início ao fim do tratamento, de modo a eliminar todas as bactérias. Acontece que, por vezes, os pacientes deixam de tomar os antibióticos quando se sentem melhor, apesar de toda a sensibilização realizada por médicos, farmacêuticos e pelos media. Aquando da infecção as bactérias penetram no organismo e replicam-se e, como têm um elevado índice de mutação, podem adquirir resistência a determinado antibiótico. Ao interromper o tratamento, as bactérias resistentes permanecem no organismo (sendo a resistência ao antibiótico é uma característica vantajosa), multiplicam-se e, após várias gerações, temos um grande número de bactérias resistentes ao antibiótico. Quando nos sentirmos novamente doentes e tomarmos o dito antibiótico já ele não tem efeito, sendo necessária uma nova consulta médica para receitar, possivelmente, um outro antibiótico.
Então, em que casos podemos ver a evolução a ocorrer? Podemos ver a evolução a ter lugar em organismos com ciclo de vida curto (quando comparado com o nosso) para podermos acompanhar as várias gerações.
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