Oh!, se o meu Bem me volver,
Se quem dantes via, eu vejo,
Traga ele a boca a escorrer
De lobo em sangue lha beijo;
E a mão vou-lha apertar,
Cobras lha andem a enroscar.
Ah!, se o vento alma tivera,
Língua o ar da Primavera,
Fora a sua voz bastante:
Novas levara e trouxera
Entre um e outro amante.
Desprezo finos guisados,
Deixo ao cura os seus assados;
Só quero amar, ser constante
A quem o Verão me deu
E o Inverno afez a ser meu.
Almeida Garrett, Folhas Caídas
Nota: O poema original (Eyton Runo Suomalaisen) está escrito numa velha língua nórdica e é muito antigo. Faz parte de enraizadas tradições dos povos do Norte e é equivalente à nossas mais velhas obras literárias. A tradução é de Almeida Garrett (1799-1854), que se serviu de versões correntes no seu tempo, em várias línguas. O poema e a autoria da versão que se apresenta, fazem lembrar a preocupação em conservar a mais genuína tradição popular que resultou no Romanceiro português.
Se quem dantes via, eu vejo,
Traga ele a boca a escorrer
De lobo em sangue lha beijo;
E a mão vou-lha apertar,
Cobras lha andem a enroscar.
Ah!, se o vento alma tivera,
Língua o ar da Primavera,
Fora a sua voz bastante:
Novas levara e trouxera
Entre um e outro amante.
Desprezo finos guisados,
Deixo ao cura os seus assados;
Só quero amar, ser constante
A quem o Verão me deu
E o Inverno afez a ser meu.
Almeida Garrett, Folhas Caídas
Nota: O poema original (Eyton Runo Suomalaisen) está escrito numa velha língua nórdica e é muito antigo. Faz parte de enraizadas tradições dos povos do Norte e é equivalente à nossas mais velhas obras literárias. A tradução é de Almeida Garrett (1799-1854), que se serviu de versões correntes no seu tempo, em várias línguas. O poema e a autoria da versão que se apresenta, fazem lembrar a preocupação em conservar a mais genuína tradição popular que resultou no Romanceiro português.
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